“Nossa cidade está se tornando um grande polo de vitivinicultura e hoje é a maior cidade em enoturismo da região da Chapada Diamantina. Vamos continuar investindo e estimulando esse setor, que é um grande vetor de desenvolvimento.”
Com estas palavras a atual prefeita de Morro do Chapéu, Juliana Araújo, abriu sua palestra no Rio Wine Festival, realizado no último mês de maio, no Copacabana Palace.
Morro do Chapéu virou ícone de um novo momento da Chapada e está preparando seu próximo ciclo de desenvolvimento, tendo dentre outras iniciativas o Caminho dos Vinhos , onde estão operando atualmente cinco vinícolas: Vaz, Reconvexo, Sertânia, Santa Maria e Vinhas do Morro.
O investimento do município envolve a construção de um portal, pavimentação com intertravado, sinalização e iluminação de um trecho de 4 quilômetros de vias. A iniciativa já atraiu um grupo privado que irá construir um bairro planejado entre as vinícolas, onde serão implantados um anfiteatro, área para eventos, um hotel, além de condomínios de casas, chalés e apartamentos. O Caminho dos Vinhos, em Morro do Chapéu, faz parte da Rota do Vinho da Chapada Diamantina, criado oficialmente pelo Governo da Bahia em 2025 para conectar todo esse movimento ao belo trabalho feito pela Vinícola Uvva, em Mucugê.
Os investimentos vêm se traduzindo em reconhecimento: Os vinhos Ferro Doido Malbec, da Vinícola Vaz, e Reserva Syrah, da Vinícola Reconvexo, foram premiados com medalhas de ouro e uma nota de 92 na Grande Prova Vinhos do Brasil 2025, uma das competições mais importantes do país. Os rótulos foram reconhecidos entre os mais de mil concorrentes, destacando a qualidade e o potencial do terroir baiano. Reflete o trabalho que remonta ao pioneirismo da família Borré (Mucugê) e de Jairo Vaz (Morro), que no início da década passada iniciaram os experimentos com o apoio da Embrapa. Consenso geral, um bom vinho não se produz da noite para o dia – agora chegou a hora de usufruir das maravilhas que todo este ciclo inicial nos trouxe.
Imagem: Área entre a Vinícola Vaz e as Vinhas do Morro, onde será implantado bairro planejado em Morro do Chapéu
Imagem: A prefeita de Morro do Chapéu (Juliana Araújo), na colheita, evento de que marca a colheita das uvas para a produção dos vinhos.
Imagem: Vinhos produzidos na Chapada Diamantina. Vaz, Reconvexo e Uvva reconhecidas com prêmios nacionais e internacionais.
UM CONTEXTO PARA A ATUAL CHAPADA DIAMANTINA
A história da ocupação econômica mais intensa da região remonta à chegada de colonos garimpeiros, que subiram o Rio São Francisco vindos de Minas Gerais, buscando ouro e achando muito diamante ao longo do século XIX. A política local tem o seu marco na “Era dos Coronéis”, patente concedida pela Guarda Nacional a líderes regionais, proprietários de grandes extensões de terra. O Coronel Horácio de Mattos certamente é uma grande referência deste período, detendo um poder extraordinário, o ponto de acomodação a guerra perene entre outros coronéis da região e combater a Coluna Prestes, a pedido do Governo Federal.
Quando falamos da Chapada Diamantina atual, falamos de um território de 32 mil km 2 , que engloba 24 municípios no centro da Bahia e uma população aproximada de 400 mil habitantes . É um extenso planalto, parte da Serra do Espinhaço, cordilheira que nasce em Minas e percorre mais de 1.000 km para o norte. Possui ampla diversidade de reservas ambientais, sendo o Parque Nacional da Chapada Diamantina o mais relevante destes, fornecidos de nascente para rios como o Paraguaçu e o Jacuípe, contribuintes para o abastecimento de Salvador. Todos são atrativos do ecoturismo de nível mundial como o Vale do Pati, Morro do Pai Inácio, Cachoeira do Buracão e o Poço Azul, dentre uma gama incrível de belezas naturais.
Imagens: Vale do Pati (Mucugê) e Cachoeira do Buracão (Ibicoara)
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Ali também é a 6ª maior área irrigada no pivô do Brasil . Sim, o Agropolo Mucugê-Ibicoara é um colosso, que chega a produzir quase a totalidade da batata consumida no Norte/Nordeste do Brasil. É um mar de pivôs, que fazem Mucugê possuir um PIB per capita 4x maior que o de Salvador e superior ao de São Paulo.
Imagens: Pivôs de supervisão e cultivo de batatas no Agropolo Mucugê-Ibicoara (BA)
Tabelas: Dados populacionais, territoriais e econômicos de municípios da Chapada e outras regiões de influência na economia baiana. (Fonte: IBGE 2022)
A Chapada é a Chapada. E a boa notícia que ela está cada vez mais próxima de todos nós, que queremos vive-la de forma responsável e sustentável. Elenco aqui os 6 MOTIVOS que fundamentam esse novo momento e me fazem acreditar que realmente “chegou a vez da Chapada Diamantina” também no Mercado Imobiliário.
6 MOTIVOS QUE FORTALECEM O MERCADO IMOBILIÁRIO NA CHAPADA DIAMANTINA:
1) Ampliação da CONECTIVIDADE
2) A revolução do AIRBNB
3) A Chapada como grande DESTINO DE SERRA do Norte/Nordeste
4) Simplificação dos processos de REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
5) Força do arcabouço de PRESERVAÇÃO AMBIENTAL e do PATRIMÔNIO HISTÓRICO
6) Evolução das questões relacionadas à SAÚDE MENTAL e EQUILÍBRIO
Vamos então examinar cada um deles:
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1 – AMPLIAÇÃO DA CONECTIVIDADE
Hoje é mais fácil instalar internet do que fazer a ligação da energia. A redução dos custos de implantação de fibra ótica fez com que qualquer cidade do interior atualmente tenha aos menos 3 ou 4 provedores disponíveis, disputando os seus clientes através da ampliação do cabeamento na zona urbana e rural. Isso sem falar da internet por satélite, como o da Starlink, que tende a ampliar ainda mais o leque de opções, inclusive conectando os veículos nas estradas.
Gráfico: Evolução dos acessos de Banda Larga Fixa, com aumento superior a 3x nos últimos 15 anos (Fonte: Anatel em mar/25)
A ampla conectividade no interior do país chegou no mesmo compasso do trabalho remoto. Antes visto com algum preconceito, o exercício de atividades profissionais fora do ambiente da empresa é uma realidade consolidada, sobretudo após a pandemia. Aplicativos para videoconferências, plataformas de gestão e colaboração, ferramentas de comunicação. Tudo se tornou muito familiar e, ao contrário do imaginado, aumentou a nossa produtividade. Como exemplo, reflita sobre o espaço que o Whatsapp tomou na nossa rotina de trabalho e o impacto – para o bem e para o mal – que isso teve na sua atividade profissional e vida pessoal.
O incremento da conectividade tem alto impacto também na educação. As escolas do interior, sobretudo as privadas, trabalham atualmente conectadas à sistemas de ensino que subiram a régua de conteúdo, material didático e ferramentas de ensino. Como exemplo posso citar o belo trabalho da educadora Virgínia Luz, da Escola Lapidar (Mucugê), que nada deve a qualquer escola do Ensino Fundamental das capitais, operando através do Sistema Positivo de Ensino. O Instituto Sincorá é um outro exemplo admirável, que trabalha com jovens do Ensino Médio no mesmo município. Fundado pelo empreendedor Tácio Mattos, se consolidou como referência em inovação, ciência e educação na Chapada Diamantina, sendo apoiado por diversos empresários locais.
Isso sem falar do acesso a cursos de graduação e pós-graduação – em formato EAD, híbrido ou presencial – e à toda diversidade de conteúdos disponíveis na internet. Hoje é possível você acordar em qualquer cidade do interior e tomar o seu café lendo a versão digital da Folha de São Paulo, do Valor Econômico ou do New York Times, consumindo a mesma informação de quem está na Faria Lima.
Imagem: Instituto Sincorá, que reflete as ótimas opção de acesso educação em Mucugê.
2 – A REVOLUÇÃO DO AIRBNB
As novas plataformas de locação por temporada (Airbnb e Booking) chegaram trazendo um impacto relevante no Mercado Imobiliário. Dou sempre como exemplo um dos apartamentos compactos do qual fui proprietário, por mais de 10 anos, localizado na praia do Porto da Barra (Salvador/BA). Comprei como um investimento, com foco em renda, porém nunca consegui aproveitar sequer um dia por lá, pelo fato de estar sempre alugado em contratos de 30 meses. Um praia belíssima, em um dos cartões postais da cidade, que nunca tive oportunidade de vivenciar, mesmo tendo um imóvel ali.
O mercado realmente mudou com isso. Lançamos em 2024 o Bossa Farol de Itapoan. Um sucesso, 100% vendido em apenas 60 dias. O slogan do empreendimento define que ali pode ser “A SUA CASA DE PRAIA URBANA”, podendo ser alugada por temporada através do Airbnb, com o cliente utilizando quando bem entender, de forma a aproveitar a praia, gastronomia e todas as belezas da região.
Além da plataformas de locação, surgiram os prestadores de serviços que facilitam bastante a operação do imovel fazendo todo o trabalho de precificação, cobrança e relacionamento com os inquilinos. Como exemplos de players nesta área temos a Housi e a 535 Homes, que praticamente eliminam o trabalho na gestão deste tipo de ativo.
Além de ótima opção de lazer, ter um imóvel na Chapada Diamantina virou uma real oportunidade de investimento também para quem foca em renda.
3 – A CHAPADA COMO GRANDE DESTINO DE SERRA DO NORTE/NORDESTE
Não temos um destino de serra no Norte/Nordeste do Brasil. Rio Grande do Sul, Rio, São Paulo e Espírito Santo desenvolveram destinos que atraem milhares de visitantes do Brasil à Gramado, Petrópolis, Campos do Jordão e Pedra Azul. Vão para aproveitar as belezas naturais, gastronomia e, principalmente, o friozinho e o charme tão peculiares dessas cidades. Geram muita riqueza com isso, sobretudo na formação e valorização do patrimônio imobiliário local.
As cidades que fazem parte da Chapada Diamantina possuem, na sua maior parte, altitudes que superam os 1.000 metros. Essa altitude cria um microclima mais ameno durante todo o ano, se comparado ao das capitais litorâneas, com temperaturas que alcançam até 7º C no inverno.
Além do ECOTURISMO, vocação natural da região, os últimos anos trouxeram algo novo, ao menos para nós nordestinos: o AGROTURISMO. Nasci e cresci no litoral, sem conhecer um pé de maçã ou ameixa, frutas temperadas de clima frio. Atualmente a Chapada não é só para “quem gosta de trilha”. É para quem gosta de visitar as plantações de café e conhecer as mais de 20 marcas da região que são exportadas para todo o mundo, dentre elas a do Café Igaraçu, produzido pela Tadeane Mattos, em Ibicoara. É para quem gosta de passear em meio a pomares de morangos, framboesas, amoras, mirtilo e pitaia, provando a fruta do pé no Sítio do Galera e no Sítio Frutas Vermelhas, ambos em Mucugê. É também para quem quer a experiência de meditar entre abelhas (sem ferrão!) e provar o mel direto do pote, oportunidade possível graças ao Marcos Adriano, empreendedor do Apiário Flor da Mata, no distrito de Guiné.
Foto: Cafezal do Café Igaraçu, em Ibicoara/BA.
Ampliando as possibilidades no agroturismo, chegaram as primeiras vinícolas na Chapada, trazendo a reboque o desenvolvimento do ENOTURISMO.
Você já foi para Morro do Chapéu? Então vá. Este município de 33 mil habitantes, possui atualmente 4 vinícolas em operação e abertas a visitação. Vinhos finos e bem trabalhados, que têm para mim como grande referência o malbec Ferro Doido, da Vinícola Vaz. Jairo Vaz é pioneiro na produção de vinhos na Chapada, iniciando sua operação no ano de 2016. De lá para cá se consolidaram as vinícolas Reconvexo, Santa Maria e Sertânia, todas em Morro do Chapéu, além da Vinícola Uvva, em Mucugê.
A Uvva é um capítulo à parte. Aberta ao público em 2022, chegou para posicionar a Chapada Diamantina no mapa internacional dos vinhos e do enoturismo. Uma mega estrutura, com 50 hectares de vinhedos, restaurante, caves, lindas barricas e até uma galeria de arte. Se ainda não foi, então se programe, pois é imperdível.
Imagem: Vinícola Uvva, em Mucugê.
4 – SIMPLIFICAÇÃO DO PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
Dificilmente se percebe bom nível de desenvolvimento econômico de uma região, sem bons alicerces para o seu desenvolvimento imobiliário. Visto muitas vezes como inimigo da sustentabilidade, os projetos imobiliários são na verdade grandes catalisadores de um desenvolvimento urbano organizado. Sem os empreendedores do ramo, que muitas vezes tomam riscos desproporcionais ao retorno da sua atividade, teríamos um déficit ainda maior de quantidade e qualidade de moradias nas nossas cidades.
Para o exercício do seu ofício, o desenvolvedor imobiliário necessita fundamentalmente de elementos básicos, como a regularidade dos terrenos onde irá construir e segurança jurídica para o seu projeto.
A Chapada Diamantina, como já dito, tem o histórico de propriedade territorial cravada pelos grandes latifúndios da “Era dos Coronéis”. Com o passar dos anos, foi comum a sucessão desses grandes latifúndios ter sido feita sem o registro formal de inventários, em função dos custos envolvidos nestes processos. Isso tornou a informalidade algo comum nas transações imobiliárias das décadas seguintes, criando um obstáculo ao desenvolvimento imobiliário mais estruturado, que necessita minimamente de “terra com escritura”.
Adventos de novas leis como a do usucapião extrajudicial (13.105/2015) e do REURB (13.465/2017), vieram a facilitar a regularização de áreas e imóveis rurais e urbanos, trazendo uma nova dinâmica de investimento e formação de patrimônio imobiliário em todo o país. A obrigação de municípios desenvolverem e revisitarem os seus PDDU´s periodicamente, para receberem repasses de verbas federais, também contribuiu sobremaneira para a segurança jurídica, a partir do momento que define as regras e vetores de crescimento para o bom desenvolvimento imobiliário.
Imagem: Divulgação de audiência pública do PDDU de Mucugê em fev/25.
5 – FORÇA DO ARCABOUÇO DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO
A Chapada Diamantina é abençoada por uma natureza abundante. A constituição legal de parques e reservas veio apenas a reforçar a importância da preservação como fonte primordial de desenvolvimento sustentável da região. A ocupação da época do ouro e do diamante deixou como legado um patrimônio histórico e cultural valiosíssimo. Cidades como Lençóis, Mucugê e Rio de Contas são tombadas pelo IPHAN, autarquia federal que possui forte atuação no controle da ocupação urbana.
Imagem: Casario histórico de Mucugê
Contrário ao que muitos pensam, as legislações ambientais e de preservação do patrimônio histórico são aliadas do bom desenvolvedor imobiliário, assim como as entidades que as fiscalizam. Definem parâmetros, que, no longo prazo, só tendem a beneficiar os empreendimentos e os clientes que adquirem imóveis nestas regiões.
Imagem: Parque Natural Municipal do Morro do Pai Inácio, em Lençóis.
6 – EVOLUÇÃO DAS QUESTÕES RELACIONADAS À SAÚDE MENTAL E EQUILÍBRIO
Quanto evoluímos no reconhecimento das nossas fragilidades. Há pouco tempo, a menção de visitas a psicólogos ou psiquiatras era visto como algo negativo. As armadilhas para a nossa boa saúde mental cresceram significativamente com a digitalização das nossas vidas, transformando transtornos como depressão e ansiedade em algo a ser tratado (e prevenido) com seriedade.
Quando aliamos essa dinâmica à liberdade geográfica gerada pela conectividade temos um cenário perfeito para paraísos como a Chapada Diamantina e outras cidades do interior. Melhor qualidade de vida, com menos exposição a problemas de segurança pública, menos tempo gasto no trânsito e acesso a alimentos de melhor qualidade são apenas alguns dos diferenciais que essas cidades podem hoje oferecer.
E importante observar: as novas gerações estão conscientes da importância disso tudo. Querem trabalhar e empreender, mas também ter boa saúde física e mental. Não à toa vemos um movimento de redução populacional de grandes cidades, como constado no último censo em relação a Salvador. Onde morarão essas pessoas que se mudam para cidades do interior? Onde instalarão os seus negócios? Urge o mercado imobiliário acompanhar.
IMPORTANTE:
CONHEÇA NOSSOS PRÓXIMOS LANÇAMENTOS NA CHAPADA DIAMANTINA
Lançamos em 25/fev o nosso primeiro empreendimento na Chapada Diamantina, na cidade de Mucugê . O Vila das Uvas teve 100% das suas 32 unidades vendidas em menos de 72 horas e está com obras em execução.
Quer receber em primeira mão nossos próximos projetos na Chapada? Em breve lançaremos um belo projeto em Morro do Chapéu.
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Sobre o autor deste artigo:
Rafael Rios é sócio e gestor da BRL INCORP, coautor do livro Empreendedorismo Imobiliário e um apaixonado pela Chapada Diamantina.
Contato – rafael.rios@brlincorp.com.br